quarta-feira, 28 de julho de 2010

Caio Fábio Sobre o Calvinismo

Busquei, muitas vezes, saber qual o pensamento do Caio sobre a predestinação, livre-arbítrio, etc. Nunca encontrei uma resposta objetiva. Ele sempre me pareceu fugir da resposta.

Mas hoje li uma resposta dele a uma carta de um leitor. Me surpreendi. Pela primeira vez, vi objetividade.

"Digo isto porque você é tão calvinista, que aceita dizer: 'Justo, Senhor, por me mandares para o inferno!' Só que seu calvinismo não lhe dá paz, mas apenas resignação ante a Soberania de Deus, a qual, mesmo que você ache 'estranha', é por você aceita, ainda que pareça maldade e perversidade. Para mim, saiba: tal visão é fatalista, perversa, elitista, jactante, e adoecida; não porque Deus não seja Quem Deus é; mas apenas porque o calvinismo não é revelação de Deus, sendo apenas um grande esforço humano para entender e sistematizar o insistematizável: o Deus que é; e que é Soberano."

"Assim, para muitos calvinistas a Soberania de Deus se associa ao poder Dele de saber tudo, ver tudo e antecipar tudo desde de sempre. Entretanto, enquanto se perdem em tais divagações que apenas nos remetem para doutrinas de angustia e aflição, ou de jactância e eleição orgulhosa, não percebem que a Soberania de Deus, antes de tudo, é a liberdade de Seu amor, e não as demonstrações de Seu poder. O 'Deus' soberano dos 'calvinistas' acaba sendo um Hercules com onisciência, onipotência, e onipresença. Mas, apesar disso, é Doido, e Nele não se pode confiar, mas apenas desconfiar... enquanto se diz que se é salvo pela fé..., mas se alimenta no coração o fato de que a tal 'eleição' é um capricho divino, por mais que os doutrinadores mais lúcidos dessa doutrina se esforcem por diminuir as implicações do horrível fatalismo ao qual ela, mal compreendida, sempre conduz."

"Sugiro a você deixar de ler 'calvinismos' e passar a ler a Palavra, direto da fonte, e não pelos filtros da religião e seus doutores; todos bem intencionados; porém, tanto pela tentativa de sistematizarem a verdade (tolice!), como também em razão da tentativa de oferecerem um 'Deus mastigado' e pronto para ingestão (doutrina e sistematização), criaram um fast-food doutrinário que tem, cada vez mais, o poder de gerar indigestão nas pessoas."

"Calvino foi o Aristóteles do Protestantismo. Leio-o com carinho, mas o acho insuportavelmente chato; pois escreve sem profundidade filosófica, sem charme, sem estilo, sem provocação, e como se fosse uma 'bula doutrinária'; uma 'prescrição de como lidar com Deus'; e sem graça, apesar de tanto falar em Graça e Fé. Além de que, sinceramente, nele encontro um homem culto, mas não um gênio, e nem mesmo um ser de inteligência criativa; ao contrário, vejo um homem austero e sincero, e que deu tudo de si para dar testemunho do Evangelho em sua geração. Meu lamento é que ele que poderia ser um fundamento razoável, tenha se tornado um teto tão baixo; tão baixo quanto o de um mosteiro dos capuchinhos portugueses, onde quem entra tem que se curvar todo. Além disso, sinceramente, sei que o próprio Calvino, que não era besta, mas temente a Deus, se vivo estivesse hoje, já teria entendido melhor um monte de coisas que, no seu tempo e com as informações que dispunha, não lhe foi possível discernir melhor."

Caio Fábio 

"Não se pode negar que a doutrina da predestinação, tanto a de Calvino quanto a de Lutero na época do "Servo Arbítrio" (de Zwínglio, então, nem se fala) sofreu muita influência do determinismo; isto trouxe consequências funestas, e precisamos ter a hombridade de não ir atrás deles neste ponto." Karl Barth
(Por: Paulo César) 
Fonte: http://www.arminianismo.com/forum/viewtopic.php?f=2&t=137 

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